Projeto Orelha de Abano
Entrevista RBS TV: Esclarecendo Dúvidas Sobre o Uso do Hidrogel
A PREVENÇÃO É O MELHOR REMÉDIO
O controle de câncer de mama deve priorizar a prevenção e a detecção precoce. Alguns fatores aumentam o risco de desenvolver câncer de mama, são eles: obesidade na pós-menopausa, exposição à radiação ionizante em altas doses, exposição a pesticidas/organoclorados e tabagismo e outros fatores como, avanço da idade, inicio precoce da menstruação, menopausa tardia, primeira gestação tardia, história de câncer de ovário ou de mama ou história de doença mamária benigna, alta densidade mamária, mutações genéticas (BRCA1 e BRCA2) e história familiar de câncer de mama. A maioria destes fatores encontra-se associada e contribui em cerca de 2 ou 3 vezes para o aumento no risco, o que sugere que múltiplos fatores contribuem para o aparecimento da doença.
Por outro lado, há duas estratégias principais para a detecção precoce do câncer de mama: a educação para promover o diagnóstico precoce e o rastreamento.
As evidências obtidas de ensaios clínicos sugerem uma diminuição de 25% da mortalidade por câncer de mama com o rastreamento mamográfico de rotina. A mamografia é apontada como o principal método diagnóstico do câncer de mama em estágio inicial, capaz de detectar alterações ainda não palpáveis e favorecendo, assim, o tratamento precoce, mais efetivo, menos agressivo, com melhores resultados estéticos e eventos adversos reduzidos.
Diversos esforços vêm sendo realizados a fim de identificar os fatores determinantes do aparecimento do câncer. A literatura sugere que a progressão e o controle desta doença parecem estar relacionados a hábitos alimentares. Devemos diminuir o consumo de gorduras e carnes, e aumentar o consumo de frutas, vegetais e fibras.
O câncer de mama figura como uma das maiores causas de morbi-mortalidade em todo o mundo e, no Brasil apresenta-se como a neoplasia maligna mais incidente entre mulheres, assim como a principal causa de morte por câncer. Entre 1979 e 1999, houve aumento de 69% na taxa de mortalidade por câncer de mama no Brasil (5,77 para 9,75 óbitos por 100 mil mulheres/ano).
Países como os Estados Unidos, Reino Unido, Suécia e Itália, apresentam taxas de incidência de câncer de mama superiores a 100 casos por 100 mil mulheres/ano. Em razão disso, o câncer de mama é hoje uma doença de extrema importância para saúde pública em nível mundial, motivando ampla discussão em torno de medidas que promovam o seu diagnóstico e a redução em sua morbidade e mortalidade.
Há evidências indiretas de que o rastreamento por exame clínico das mamas reduza o número de mortes por este câncer e entre as possíveis recomendações para a população em geral está o estímulo a hábitos de vida saudáveis, o que inclui não fumar, manter uma alimentação equilibrada, ingerir bebidas alcoólicas com moderação e manter o peso ideal.
Eduardo Missias Martins de Oliveira
Cirurgião Plástico
CRM-SC 9454